Movimentos Sociais Digitais em Portugal

Nos âmbitos hodiernos da intervenção comunitária, próprios da pedagogia-educação social onde este trabalho se desenvolveu, este é um livro oportuno. Na realidade, é mais do que isso, é um livro necessário, pela dimensão política e implicações cívicas do debate que convoca, quer a montante quer a jusante das redes sociais. E é tanto mais necessário quanto mais presentes e naturalizados se tornam os vários tipos de tecnologias nas nossas vidas quotidianas, sobretudo as designadas tecnologias de informação e comunicação (mas não só). E é assim, também, porque o que se torna comum necessita de redobrada teorização e vigilância crítica. Com efeito, o óbvio é o mais difícil dos objetos de investigação, e, não raras vezes o mais pertinente.
Por outras palavras, a autora deste livro faz um exercício honesto e, em muitos níveis bem-sucedido, de procurar investigar para conhecer criticamente a(s) realidade(s) dos Movimentos Sociais Digitais, desenvolvendo um exercício heurístico, bastante inovador no âmbito da pesquisa em pedagogia-educação social, para “compreender como surgem os movimentos sociais no Facebook, como se organizam, quais as suas estratégias e ações que reivindicam”.