Jerusalém. Eis a cidade santa! Para ela muito em breve caminhará decididamente o Redentor para aí morrer, resgatar o mundo da enorme falta de vida em que vive e celebrar a sua Páscoa com os crentes de todos os tempos. Esta cidade é um símbolo maior desta Igreja que segue Jesus, segundo o beneplácito do Pai. Alegremo-nos hoje todos nela e com ela, pois já aparece como uma noiva renovada que se despe de seus vestidos de luto para se preparar para o festejo e o banquete que entretanto os seus fiéis já saboreiam e se deliciam (Is 66: Introito deste domingo). Seus meninos de peito (os Catecúmenos) também já começam a sentir em si as alegrias de em breve virem a ser os mais recentes filhos de Deus! Estas são as mais autênticas promoções que o Pai incumbiu ao Filho Primogénito para fazer aos pecadores. Por isso, ninguém entre o Povo de Deus não esquece os benefícios dos dons pascais da Redenção. Se o fizessem, até a língua se colaria à nossa boca (Sl 136).
Por estes motivos, a primeira leitura das Crónicas de Israel hoje nos lembra que esta é a história santa de cada homem. A todos nos faz semelhantes como pessoas redimidas pelo extremoso amor de Deus que pertinentemente, hoje, S. Paulo revela aos Efésios (2,4-10: 2.ª leitura): Deus é rico em misericórdia. Este amor é um amor entranhável dum Deus bem maternal: «Misericórdia», «amor», «pela graça», «pela bondade» - tudo palavras que exprimem a Sua presença constante e alargada e que só nos podem arrancar decisões de amor e de admiração.
Todo este amor se vê na cruz do Senhor. Esta torna-se fonte de vida, sendo o máximo sinal de amor, em conformidade com o Evangelho de hoje. Até a este ponto, eu sou amado, não por uma divindade empatante, mas por um Deus todo-poderoso em salvação e perdão. Convém que nos lembremos que na história de cada um sempre houve, há e haverá sinais vivos de todo este amor.
Pe. Mário José dos Santos, ssp.