Ao terminar o jubileu da misericórdia, o papa Francisco propusera que em todas as paróquias, uma vez por ano, se celebrasse um domingo dedicado «à difusão, conhecimento e aprofundamento da Sagrada Escritura».
Em Portugal, o nosso País abriu-se com entusiasmo às festas (pré-anunciadas) do primeiro Domingo Bíblico nacional. Foi assim que no último domingo de setembro, 24, os peregrinos do famoso santuário de Nossa Senhora do Alívio em Vila Verde, Braga, receberam a novidade de celebrar o primeiro Domingo Bíblico nacional. Nas quatro Missas do fim-de-semana terão passado por lá uns 2.000 peregrinos à procura de alívio e consolação para seus corações e de seus familiares.
No final das quatro celebrações houve uma distribuição do Novo Testamento e dum caderno ilustrado em que se podia ver o esquema «de uma leitura quotidiana anual da Sagrada Escritura»; havia ainda um folheto explicativo sobre o significado do domingo bíblico nacional. A capa do caderno ilustrado sobre a Bíblia que foi distribuído ostentava uma fotografia do papa a distribuir Bíblias a partir da sua janela do Angelus dominical na Praça de São Pedro. Aí o Papa perguntou: «Quereis fazer-me feliz - Lede a Bíblia». Esta mesma pergunta, em nome do Papa, foi feita aos peregrinos do Alívio, e foi então que um eco enorme se fez ouvir através dos muros altos de todo o Santuário: «Sim, queremos»!
Mais ou menos a mesma celebração festiva foi repetida no domingo seguinte, dia 1 de outubro, na Sé de Lamego, com a presença do bispo D. António Couto, do bispo resignatário e do vigário geral da diocese. A Bíblia foi exposta diante de todos, suscitando a admiração dos fiéis. Este é um facto a pôr em realce: admira como a Bíblia é sempre novidade até mesmo no meio de fiéis que sempre foram católicos praticantes desde o seu batismo. Qual a causa? - A razão foi explicada por um notório intelectual português, Vasco Pulido Valente, que afirmou: «Bem sei que os Portugueses não leem a Bíblia nem sentem a necessidade de a ler. A ignorância dos católicos sobre a sua própria fé chega a ser inacreditável»: isto mesmo se pode ler no folheto que foi distribuído a todos os fiéis que participaram nas celebrações do Domingo bíblico.
Iniciativas também no resto do mundo
Na cidade de Vicenza (norte de Itália), que desde há 13 anos acolhe o Festival Bíblico, o Domingo da Palavra transitou para as periferias com o fim de atingir a todos que ao texto da Palavra nunca tinham tido acesso. «Escolheu-se um espaço público, o Teatro Cà Balbi, para encontros e reflexões sobre a Palavra com cinco dias de meditações, música e festa», assim nos explicaram pessoas do Centro Cultural São Paulo.
Na paróquia de Santa Cruz em Bérgamo, também participou o diretor da revista catequética Credere, o Pe. António Rizzolo. Durante a Missa fez-se o «envio» litúrgico dos Missionários da Palavra. Estes eram 23 catequistas de todas as idades aos quais foi confiada a difusão da Palavra através do livro da Bíblia, como empenhamento específico enquanto catequistas. Iriam ser animadores de grupos juvenis nos Oratórios diocesanos e operadores da caridade.
Na cidade de Alba, cidade do Beato Alberione onde deu origem à Família Paulista, a iniciativa foi a celebração dum Domingo da Palavra. No dia 17 de setembro, no Templo de São Paulo, celebrou-se a jornada diocesana dedicada à Escritura. O bispo presidiu nesse domingo à eucaristia concelebrada com muitos sacerdotes diocesanos e religiosos.
Mas a celebração do Domingo Bíblico não se limitou a uma esfera paroquial. O Domingo Bíblico conseguiu entrar também numa prisão através de alguns membros das Comunidades neo-catecumenais. Aos presos a equipa propôs um itinerário regular de catequese bíblica, a qual também prevê uma etapa de entrega e uso da Bíblia. Os voluntários explicam: «A nós compete gritar a Palavra de Deus, anunciando-a, e dizer que existe uma real possibilidade de renascer para uma vida nova através do perdão e do amor».
Mas quem melhor fechou o domingo bíblico foi o papa Francisco que, no dia 1 de outubro, visitava Bolonha. No final da Missa no estádio da cidade, fez-se a distribuição de um Evangelho a cada participante.