É preciso definir a vida como algo positivo

É preciso definir a vida como algo positivo

Manuel Martínez-Sellés, autor do livro E Deus fez-Se célula, esteve em Portugal para proferir uma conferência sobre a Encarnação e a origem da vida à luz da ciência e da fé. Foi na passada sexta-feira, na Igreja de Cristo-Rei da Portela, em Lisboa, e contou com a presença de António Pinheiro Torres, vice-presidente da Federação Portuguesa pela Vida e Dina Matos Ferreira, professora universitária e autora da introdução à versão portuguesa. Foram muitas as pessoas, de todas as idades, que estiveram presentes e aproveitaram o serão para aprofundar temas de grande atualidade na sociedade portuguesa.
 
O autor afirmou que há várias ameaças à vida, desde o aborto à eutanásia e que «a cultura da morte está aí». Manuel Martínez-Sellés justifica a afirmação dizendo que «na Europa, uma em cada quatro gravidezes acaba em aborto. Há países em que uma em cada duas mulheres vai abortar. Como é que é possível? Há muitas mulheres enganadas.» Para Manuel Martínez-Sellés, é preciso dar informação às mães, definir a vida como algo positivo e um dom, rezar por quem está a ponderar fazer um aborto. Mas mais importante é «falar com as mulheres e apoiá-las».

Mas o médico cardiologista chama a atenção também para os abortos que muitos desconhecem: os que resultam das técnicas de procriação medicamente assistida. «Toda a fertilização in vitro implica aborto eugénico, escolhem-se os mais fortes os que têm mais hipóteses de sucesso. Os outros matam-se, congelam-se (um terço morre nesse processo) ou vão para investigação», explica.
 
O livro E Deus fez-Se célula parte da constatação de que «Deus quando Se encarnou, encarnou numa célula. A humildade de Nosso Senhor é tanta que Se transforma na forma mais frágil da vida humana». Isto obriga à defesa de toda a vida desde a fecundação, início da vida. A apresentação do livro ficou a cargo de António Pinheiro Torres que diz ter lido «o livro de um fôlego». Com entusiasmo, salienta que a obra é necessária por ser «um argumentário» que quem defende a vida pode e deve ter à mão. Além disso, o vice-presidente da Federação Portuguesa pela Vida afirma que é um bom meio de informar e formar os jovens, numa altura em que os ataques à vida continuam a acontecer. «Temos uma lei do aborto que data de 2007 e temos18 mil abortos por ano, uma em cada cinco gravidezes em Portugal termina em aborto.»

Dina Matos Ferreira, professora universitária, salienta que «o autor é um homem de fé e é por ser homem de fé que escreveu este livro». A amiga do autor leu a obra e conclui que «se Deus Se quis fazer homem, fazendo-Se célula, o embrião não é um ser humano em potência».

O diretor editorial da PAULUS Editora salienta que E Deus fez-Se célula «de dimensão é pequenino mas profundo e belo». O Pe. José Carlos Nunes afirma que Manuel Martínez-Sellés «pretendeu tratar do tema da origem da vida numa perspetiva de fé, mas também científica».

Manuel Matínez-Sellés é casado e tem sete filhos. É médico cardiologista, professor universitário, presidente da secção de Cardiologia Geriátrica da Sociedade Espanhola de Cardiologia e vice-presidente do Comité de Ética do Hospital Universitário Gregorio Marañon. Recebeu vários prémios nas áreas de cardiologia e bioética. O autor é Doutor em Medicina e Cirurgia, Mestre em Desenho e Estatística em Ciências da Saúde e Especialista Universitário em Pastoral Familiar.

«E Deus fez-Se célula»  
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