Um médico em missão

Um médico em missão

O livro Para que tenham vida, do médico e colunista do Sol, Luís Paulino Pereira, foi apresentado este sábado à tarde, em Lisboa, na cripta da igreja do Santos Condestável.

O evento foi precedido de uma missa de ação de graças presidida pelo cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente e à qual assistiram várias centenas de pessoas.

A apresentação esteve a cargo do jornalista Mário Crespo. Aos presentes, o apresentador e prefaciador descreveu o autor como «um guardião da vida», um ser humano comprometido com os outros, através do seu «ministério» e «missão», que é a medicina, através da qual «acompanha os milhares de pessoas que a ele acorrem com infinitos problemas do corpo e, tantas vezes, do espírito…um a um. Individualmente.» O jornalista referiu ainda a defesa do Serviço Nacional de Saúde, que resulta das crónicas, mas um «reformado e expurgado de excessos».
Ainda sobre a obra e o seu autor, Mário Crespo acrescentou que «não oferece um discurso normativo nem proselitista. O seu é um testemunho de vida…»

Foi a possibilidade dar testemunho que convenceu Luís Paulino Pereira a aceitar o convite para a publicação do livro. Durante a apresentação, o médico e autor explicou que, com um mercado saturado, hesitou muito em seguir adiante com o projeto. «Jamais me meteria num projeto desses, se não pudesse extrair dele qualquer coisa de diferente, qualquer coisa para partilhar com os outros e que fizesse a diferença. Apresentaram-me o argumento, e eu aí fui completamente sensível, “partilhar a minha experiência profissional no mundo dos meus doentes”. E eu aceitei.»

Surgiu assim o «Para que tenham vida», com três objetivos: «Primeiro, ajudar as pessoas a pensarem, mas a pensarem pela sua própria cabeça. Para ajudar as pessoas a seguirem um caminho, para que todas possam ter vida e não uma vida qualquer, uma vida com qualidade, uma vida gratificante, uma vida em abundância, como diz o texto bíblico. E a terceira finalidade; fazer uma doação ao IPO, mais propriamente, ao serviço de pediatria oncológica», a favor de quem revertem os direitos de autor.

A obra, com a chancela da Paulus Editora é o resultado da compilação das crónicas publicadas no Sol e a ideia do livro começou a esboçar-se depois da colaboração de Luís Paulino Pereira numa outra obra da editora (Contra a Eutanásia), como prefaciador, altura em que os responsáveis puderam identificar-se com o médico, uma vez que« vive a medicina como uma missão e essa missão, desempenha-a como um serviço», esclareceu o diretor-geral da Paulus, pe. José Carlos Nunes.

Presente na apresentação esteve também Carolina Silva, da direção do Sol. Aos presentes, explicou a relação do semanário com o médico, indicado por Mário Crespo e que rapidamente passou de colaborador ocasional para regular. Sobre o autor, hoje um amigo, a representante do jornal explicou que, nas suas crónicas, «questiona a sua profissão, insurge-se contra uma certa desumanização da medicina vista como uma indústria em que os doentes são encarados como simples peças. Luta por uma medicina mais humana, onde a relação entre o médico e o doente não se perca; onde o médico possa desempenhar, com orgulho, o seu papel social, e o doente possa encontrar no médico o apoio, não só científico, mas moral.» 
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