A Igreja de Santo Isidoro, em Mafra, encheu-se para assistir à apresentação do livro Via-Sacra com um desconhecido, de Carlos Pinto, com ilustrações de Mário Linhares.
Mais de uma centena de pessoas escutaram os autores e também o Pe. Ricardo Jacinto, a quem coube a responsabilidade da apresentação. «Foi com agrado e com proveito espiritual que percorri as páginas deste livro», referiu o sacerdote. «Nesta via-sacra, os textos bíblicos propostos, as contemplações, preces e orações colocam diante de nós, precisamente, o mistério da encarnação e da redenção.» «A encarnação pela descrição dos espaços, dos sons, dos sussurros e gemidos, com as emoções humanas que nos transportam para um espaço concreto. Redenção porque, acompanhando cada estação desta via-sacra, se vai abrindo o sentido e a vontade do senhor Jesus à interrogação de quem não O conhece, para chegar a sentir-se parte daquele acontecimento.»
Para o ilustrador da obra, Mário Linhares, esta Via-Sacra com um desconhecido é como «uma viagem no tempo». «De repente eu estava a ouvir os pensamentos de alguém que estava lá a viver aquilo ao mesmo tempo que Jesus estava a viver.» E foi este o mote para a criação das ilustrações. «Fez-me logo imaginar que ruas eram aquelas, que percurso foi aquele, o que é que estava ali a acontecer.» As pinturas surgiram rapidamente, inicialmente apenas o percurso, «como se nós estivéssemos a ver tudo a acontecer», mas «depois percebi que a figura humana era importante» e a cidade foi «coabitada» por elementos mais humanos.
O autor dos textos, Carlos Pinto, é sacerdote do Patriarcado de Lisboa, mas está em missão em Cabo Verde, na diocese de Mindelo. Aos presentes, explicou que esta via-sacra foi pensada para a comunidade de Santo Isidoro e de Sobral da Abelheira, que estavam ao seu encargo pastoral, e foram rezadas em comunidade na Quaresma do ano passado. O sacerdote explicou que a vontade de escrever este texto surgiu «porque muitas vezes fazemos muitas interpretações do caminho e gastamos pouco tempo a tocar, sentir, cheirar, ouvir e ver o que Jesus viveu naquelas ruas». «Aquele é o mistério da fé a acontecer», referiu. Para Carlos Pinto, «o caminho realizado por Ele, por nosso amor, é o verdadeiro caminho a ser percorrido por nós, hoje». Por isso, o desejo que tem é que «possamos rezar este caminho com a atitude de cruzar o olhar da nossa história com a história e o olhar de Cristo».
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