Eu, Paulo...

E se o Apóstolo Paulo tivesse escrito as suas confissões?

Ele teria confiado o seu manuscrito a Timóteo, em vésperas de deixar Corinto para uma terceira viagem a Jerusalém, e antes de embarcar para Espanha. Para o desconhecido de onde não voltará…

Tudo ficou registado. As alegrias, os combates, as feridas. As palavras das cartas que Paulo dirigiu às jovens comunidades cristãs em todo o Mediterrâneo, há dois mil anos.

François Vouga, teólogo e escritor especialista de Paulo e dos primeiros cristãos, conduziu a investigação. Torna assim acessível a um vasto público os resultados de uma longa pesquisa histórica e teológica sobre Paulo. O seu admirável relato permite descobrir o itinerário e a história íntima de um Paulo ao mesmo tempo terno, circunspecto e apaixonado, visionário. Sob a sua pena, participamos na história do Cristianismo primitivo, no formidável debate de ideias desse mundo submetido à colisão das religiões e das culturas, do universal e dos particularismos. Estas confissões de Paulo oferecem-nos uma visão renovada do personagem e do seu pensamento. Longe dos lugares comuns, Paulo é acima de tudo um actor da liberdade, o defensor revolucionário de um indivíduo humano livre e responsável, um aventureiro do império cosmopolita, do mundo global. Para ele, a confiança no Cristo crucificado e ressuscitado altera a ordem antiga, recria a nossa visão da pessoa e da comunidade humanas.

François Vouga é professor de Novo Testamento na Kirchliche Hochschule Bethel, na Alemanha. Publicou importantes obras de história e de teologia do Cristianismo das quais Une théologie du Nouveau Testament (Labor et Fides, 2001) e Querelles fondatrices (Labor et Fides, 2003).